Preços da soja e do milho continuam ameaçados

Relatório recente do Rabobank indica pressão nos preços do mercado nacional de grãos

É clara a compressão nos preços do mercado nacional de grãos em analogia com os praticados em outros países. Além da colheita da soja no ciclo 2022/2023, considerada uma safra recorde pelo Rabobank – companhia multinacional holandesa bancária e de serviços financeiros -, o decréscimo nos preços internacionais em Chicago (CBOT) e a redução do impacto positivo do câmbio e do prêmio, que contribuíram para o aumento dos preços nos últimos dois anos, são algumas das principais causas da queda nas cotações da soja.

Ainda segundo dados do Rabobank, a safra nacional de soja alcançou a marca de 155 milhões de toneladas, ou seja, um crescimento de 27 milhões de toneladas em relação 2021/2022, e as exportações da oleaginosa atingiram o patamar impressionante de 49 milhões de toneladas no período de janeiro a maio de 2023. Esse aumento vertiginoso representa seis milhões a mais de toneladas quando comparado ao mesmo espaço de tempo de 2022.

Mas fatores extremamente relevantes devem ser levados em consideração ao se analisar a continuidade na pressão dos preços dos grãos, especialmente os da soja e do milho. Um desses agentes influenciadores da cotação das safras é a ameaça climática para colheita de milho nos Estados Unidos, que influenciará diretamente na volatilidade dos preços globais. No Brasil, por exemplo, o início da colheita do milho safrinha tem exercido pressão sobre as cotações do cereal.

Segundo estimativa do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a próxima colheita representará uma safra recorde de 388 milhões de toneladas de milho e um aumento de 20 milhões de toneladas nos estoques ao final do ciclo 2023/24. Em contrapartida, há previsão de grande volatilidade nas cotações em Chicago e nas exportações nacionais de milho, em função da insegurança com relação à reorganização das reservas gerais, isto é, em todos os países.

A previsão do Rabobank é de que os números totais da próxima safra de milho cheguem a 129 milhões de toneladas, um acréscimo de 14 milhões de toneladas em analogia ao ano precedente. Mas é preciso salientar que a expectativa de uma safra recorde, aliada à baixa comercialização e a uma potencial safra recorde nos Estados Unidos, possibilita uma queda dos preços do milho no mercado brasileiro. Isto porque a baixa comercialização juntamente com a safra recorde e possíveis limitações na capacidade de estoque irão pressionar os preços do milho no mercado interno, como já vem ocorrendo.

Matéria extraída do BNews

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