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Ovo por R$31! Entenda motivo do aumento absurdo do alimento da cesta básica no Brasil

Baianos reclamam do preço do ovo, alimento usado para substituir as carnes na mesa dos brasileiros

Os baianos estão assustados com o preço do ovo. O alimento, que é um dos principais da cesta básica, coringa na mesa do assalariado, acostumado a usar a commodity para substituir as carnes branca e vermelha, agora é artigo de luxo e até quem não é assalariado está evitando comprar o produto, cujo valor, desde o início deste ano, está variando entre R$26,90 e R$ 31 em todos os supermercados, desde os grandes até os pequenos.

Em todos os bairros de Salvador, como Barra, Graça, Barros Reis, Cajazeiras, Sussuarana, Pituba, Itapoan, os preços dos ovos estão espantando a clientela, arrancando reclamações e levantando o questionamento do motivo deste aumento absurdo. Não é raro ouvir soteropolitanos afirmarem estar com saudade do carro do ovo, que vendia a placa a R$ 10 pela cidade. E a commodity aumentou não só na Bahia como em todo o Brasil.

De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP), como explica a matéria de o jornal O Globo, “até 14 de fevereiro o preço médio da caixa com 30 dúzias de ovos extra branco em Bastos — um dos principais polos produtores do país — chegou a R$ 194,16 no atacado, uma alta de 36,5% em relação a janeiro e de 17,4% na comparação com o mesmo período de 2024”.

Segundo a pesquisadora da Universidade de São Paulo – USP, Cláudia Scarpelin, tal aumento é consequência “do desequilíbrio entre a alta demanda e a baixa oferta no mercado interno. O ovo costuma encarecer em momentos de alta nos preços das carnes, quando os consumidores optam por uma proteína mais barata. Nos últimos 12 meses, vários cortes de carne estão com alta nos supermercados que superam os 20%. É o caso de acém (+25,98%), patinho (+25,28%) e filé-mignon (+22,46%). A procura também aumentou impulsionada pelo retorno das aulas, já que o ovo é amplamente consumido nas merendas escolares”, explicou.

Mas a elevação do preço dos ovos nas prateleiras dos supermercados também resulta de fatores internacionais, mais especificamente dos Estados Unidos – EUA. Na terra do Tio Sam, o preço da commodity “disparou mais de 15% em janeiro na comparação com o mês anterior (o maior avanço desde 2015) e 55% em relação ao ano anterior, por causa da gripe aviária, que matou milhões de galinhas no país. Em janeiro, os americanos importaram 62% mais ovos brasileiros, o que pressionou ainda mais o lado da procura. Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), as exportações brasileiras de ovos somaram 2.054 toneladas em dezembro, um crescimento de 116,8% em relação ao mesmo mês de 2023”, esclarece a reportagem de O Globo.

“O Brasil é um grande exportador de ovos. E os ovos são um dos grandes vilões da inflação americana. Na medida em que você exporta e desabastece o mercado brasileiro, o preço sobe aqui”, revela, na matéria, André Braz, do Ibre/FGV. Mas, por quanto tempo o ovo será vendido a preço de ouro? É a pergunta do momento que não quer calar, feita por todos os brasileiros.

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