Intensificação na pecuária de corte com recria intensiva e confinamento gera lucro; saiba valor e por que
Etapa de recria também é beneficiada nesse processo, proporcionando retorno
A necessidade cada dia maior de encurtar o ciclo de produção de bovinos para obter uma carcaça de melhor qualidade e alcançar giro do capital investido mais rápido, aliada a um custo de arroba produzida barato, pressiona o pecuarista a se profissionalizar na atividade. Nesse sentido, complementar a dieta com uma suplementação proteico energética tem sido uma estratégia para intensificar o sistema produtivo de recria, engorda e terminação de bovinos nas fazendas brasileiras, proporcionando ganhos em um ano de aplicação.
O Sítio do Alemão, propriedade localizada em Bauru, no interior de São Paulo, adotou, em parceria com a Minerthal, esse método de complementação da nutrição animal entre 2022 e 2023 e, ao fim do processo de produção, registrou uma engorda de, aproximadamente, 370 kg dos animais nesses 12 meses de suplementação.
“A intensificação do sistema produtivo foi dividida em duas etapas para os 96 animais que participaram dessa atividade: nos primeiros nove meses, foi realizada a recria intensiva; em seguida, no período restante, procedeu-se com o confinamento”, explica o representante técnico comercial da Minerthal, Cássio Codatto.
Condições para a recria
Na recria, os bezerros desmamados entraram com 209,6 kg e foram mantidos em sistema de semiconfinamento, com resíduo de palha de milho e pastagem de grama estrela como fontes de volumoso e suplemento mineral proteico energético para consumo de aproximadamente 0,5% do peso vivo. Os ingredientes utilizados para compor esta dieta foram, além do resíduo: milho, farelo de amendoim, ureia e o Minerthal 160 MD.
Os 96 animais permaneceram em um piquete de 4,84 hectares de grama estrela durante 289 dias. O resultado zootécnico e financeiro desta fase de intensificação aponta um ganho médio diário de 0,840 kg por dia e um lucro de R$ 337,89 por animal, considerando o investimento e os gastos para essa etapa.
“Antes mesmo de completar um ano dessa intensificação, o pecuarista já pode sentir a diferença dos resultados no bolso e no desempenho dos animais. Num cenário em que cada detalhe importa para o êxito da atividade pecuária, isso é um resultado positivo que foi registrado nessa fazenda”, salienta.
Avanço para o confinamento
Os bovinos recriados de forma intensiva na propriedade foram destinados ao confinamento com peso inicial de 453 kg, permanecendo por 90 dias, com uma dieta à base de resíduo de palha de milho, casca de soja, resíduo de pão, farelo de bolacha, ureia, adsorvente de micotoxinas, algas marinhas calcáreas e o núcleo Flexbeef MD + MAX.
Essa dieta foi formulada para que o animal pudesse expressar o máximo de desempenho possível a um custo de arroba produzida que deixasse lucro no bolso do produtor.
“A utilização de núcleos para misturar a dieta dos animais na propriedade tem sido uma prática cada dia mais corriqueira, uma vez que permite o uso de matérias-primas com bons preços próximos à propriedade, possibilitando, assim, menor custo por quilograma de mistura. Nestes casos, é necessário atentar-se à qualidade da mistura e dos insumos comprados. Aliado a isso, com o uso de núcleos existe a versatilidade em poder compor diferentes fórmulas para misturas de diversos suplementos/rações”, reforça o profissional.
Com as margens de lucro cada dia mais apertadas, um sistema de terminação bem-organizado gera lucro ao produtor. No caso do Sítio do Alemão, o confinamento proporcionou aos animais um ganho médio diário de 1,430 kg/dia, além de um ganho em carcaça de 1,110 kg ao dia. Financeiramente, a propriedade registrou um lucro bruto de R$ 402,16 por animal.
“Além da dieta, fatores como o manejo, a sanidade e a genética dos animais foram primordiais para os excelentes resultados alcançados. A lucratividade também foi possível graças ao elevado número de arrobas produzidas por ano, diluindo, dessa forma, os custos fixos e permitindo melhor aproveitamento da área”, conclui Codatto.
