Fecomércio BA demonstra preocupação sobre taxação das importações imposta pelos EUA
“É um equívoco permitir que interesses ideológicos se sobreponham às relações econômicas”, diz consultor econômico da Fecomércio BA
“É um equívoco permitir que interesses ideológicos se sobreponham às relações econômicas, sobretudo diante de um histórico de cooperação sólida e respeitosa entre os dois países. Caso a taxação adicional seja efetivada, produtos brasileiros — em especial commodities — poderão perder competitividade no mercado norte-americano. Isso poderá acarretar desinvestimentos e demissões em diversas regiões do país, incluindo a Bahia”, declara o presidente do Sistema Comércio BA, Kelsor Fernandes em relação à taxação adicional de 50% sobre as importações originadas do Brasil, com início previsto para o próximo dia 1º de agosto, imposta pelo presidente dos Estados Unidos – EUA, Donald Trump .
As palavras do gestor constam do texto publicado pala Fecomércio BA – Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia em seu site oficial, no qual a instituição se posiciona com nítida preocupação sobre os rumos da economia nacional.
“A Fecomércio BA acompanha com preocupação os desdobramentos do anúncio do Governo Norte-Americano quanto à aplicação de uma taxação adicional de 50% sobre as importações originadas do Brasil, com início previsto para o próximo dia 1º de agosto. Trata-se de uma medida de grande relevância, com potencial para impactar de forma significativa as relações comerciais entre os dois países, representando, na avaliação da Entidade, uma perda para ambos os lados, afetando especialmente o comércio e os consumidores”, diz o texto.
Segundo o consultor econômico do Sistema Comércio BA, Guilherme Dietze , “do ponto de vista econômico, a medida revela-se incompreensível, considerando o histórico de desequilíbrio nas relações de troca, tradicionalmente favoráveis aos Estados Unidos, que exportam mais ao Brasil do que importam. Essa distorção de fundamentos cria entraves às negociações, uma vez que não se observa uma condição clara a ser debatida numa mesa de negócios. Evidencia-se, portanto, a influência de motivações ideológicas sobre essa disputa, em detrimento da racionalidade econômica”.
No posicionamento, a instituição, por meio de seus representantes ainda aborda os prejuízos que tal determinação de Trump pode acarretar para o estado baiano. “A Bahia deverá sofrer impactos diretos nas exportações de cacau, derivados de petróleo e pneus — produtos que compõem parcela expressiva da pauta comercial baiana. Ademais, os efeitos da medida se estenderão a médio e longo prazo, pressionando preços e afetando toda a cadeia econômica, com consequente redução de renda e do poder de compra da população”.
Mas ainda há tempo, até o início de agosto, para que a diplomacia e os representantes comerciais de ambos os países busquem uma solução pragmática, desprovida de ideologias, de acordo com a Fecomércio BA. “Espera-se que o bom-senso prevaleça e que a proposta de taxação seja revista, como resultado de um esforço diplomático assertivo por parte do Brasil.Afinal, por trás dessa medida injustificada encontram-se micro, pequenas e médias empresas do Comércio de Bens, Serviços e Turismo da Bahia, que sofrerão impactos diretos e indiretos — sem qualquer respaldo técnico ou econômico que justifique tal penalização”, finaliza a federação no posicionamento.