EXCLUSIVA: Bahia é um dos maiores produtores de horticultura do Brasil
Bahia se destaca internacionalmente na Indústria de Agronegócio
Bahia é um dos maiores produtores de horticultura do Brasil. Em 2022, o estado obteve um crescimento de 50% na comercialização de hortaliças. Salvador e Juazeiro se destacam com produção superior a R$ 7 bilhões.
O setor de produtos frescos é essencial para o país e os números são impressionantes. Segundo a Embrapa, o Brasil é o 3º maior produtor mundial de frutas, com cerca de 58 milhões de toneladas ao ano. O país exporta para mais de 200 mercados em todo o mundo.
Levantamento da Abrafrutas registrou faturamento de US$196 milhões em exportação de 250 mil toneladas de frutas frescas no primeiro trimestre de 2022.
Dados das Nações Unidas mostram que, em 2030, o planeta deverá ter algo entre 8,5 bilhões de pessoas e, consequentemente, um aumento de 35% na demanda por alimento.
De 2020 para 2021, o mercado de flores no país cresceu 15%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor). Ao todo, foram R$10,9 bilhões em faturamento no ano passado, frente aos R$9,6 bilhões do ano anterior.
Cerca de 8 mil produtores de flores e plantas atuam no Brasil. Ao todo, cultivam mais de 2,5 mil espécies. O setor emprega 209 mil pessoas diretamente, sendo 38,76% das ocupações relativas à produção, 4,31% à distribuição, 53,59% no varejo e 3% em outras funções.
Entre janeiro e julho de 2022, o Brasil exportou US$7,1 milhões em produtos de floricultura, sendo a maior parte com ‘mudas de outras plantas ornamentais’, correspondendo a US$2,9 milhões do faturamento. Com a exportação de ‘bulbos, tubérculos, rizomas e similares’, o páis arrecadou US$2,6 milhões.
As exportaçãos de folhagens, folhas, ramos de plantas, secos e itens para buquê’ atingiram o valor de US$1,1 milhão em vendas para o mercado externo. Esses números foram divulgados pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA Brasil).
Durante a 7ª Feira Internacional da Indústria de Frutas, Flores, Legumes e Verduras (FFLV), em São Paulo, o Nordeste se destacou, representado pelas empresas: Agrodan (Bahia e Pernambuco); Agrícola Famosa (Rio Grande do Norte e Ceará); Frutas Doce Mel (Paraíba); e Agrivale, Cooperativa Agrícola de Petrolina – COOPA, El Ciruelo (Pernambuco).
A Associação Brasileira de Horticultura destaca São Paulo, Espírito Santo, Bahia, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Pará como os maiores produtores do segmento.
Lançamentos, tendências e networking integram a feira internacional. Mais de 100 empresas vão, no setor de exposição, trazer lançamentos, portfólio de produtos, tecnologias de embalagem e redução de desperdício, tendência de mercado e experiência ao consumidor.
A feira internacional aconteceu através da parceria com a International Fresh Produce Association (IFPA), maior e mais relevante entidade global da indústria de frutas, flores, legumes e verduras, que atende toda a cadeia de suprimentos e a primeira a defender os interesses e apoiar os associados da indústria de produtos frescos e florais. No Brasil, a IFPA tem como associados os maiores produtores e varejistas de FFLV.
“Tudo se encontrava no evento, de sementes ao packing house, de FLV convencional aos orgânicos, plataformas logísticas à distribuição. É nesse ambiente e nesses dois dias que nosso setor encontra dados e soluções para aumentar o consumo de FFLV. Para resumir em uma palavra o que significa estar presente neste evento: conexão. É uma oportunidade única de encontrar no mesmo lugar os melhores produtores, varejistas e empresas do setor e ter a possibilidade de fazer conexões e negócios”, diz Junior Lucato, presidente do Conselho da IFPA.
Assuntos sobre sustentabilidade e inovação tecnológica também compuseram o constéudo das palestras. O evento foi restrito aos profissionais da área e gratuito para o varejo nacional, ampliando as possibilidades de negócios.
Em entrevista exclusiva concedida ao portal Agro na Bahia, o presidente do Conselho da IFPA disse que o Nordeste é um mercado consumidor em franco crescimento e com inúmeras possibilidades de desenvolvimento, uma vez que não está saturado como a região Sudeste.
Junior Lucato também revelou que aventa a possibilidade da próxima feira internacional ocorrer na Bahia. “Já estamos estudando a probabilidade da International Fresh Produce Association (IFPA) ser realizada com a mesma magnitude de sempre no estado baiano, podendo ser ou não em Salvador”, explicou.
Quando questionado pela reportagem do portal Agro na Bahia sobre a relevância da ferrovia Ferrogrão, Lucato argumentou que o projeto, incluso nos estudos do Novo PAC, irá beneficiar o segmento do agronegócio e disse que vislumbra potenciais benefícios para o escoamento da produção agrícola, favorecendo, por exemplo, a logística de transporte da horticultura do Nordeste e liberando o gargalo existente atualmente na distribuição das mercadorias perecíveis, impactando positivamente na agilidade e, consequentemente, na qualidade das entregas.
Verônica Macêdo