Verão e calor extremo: Confira os novos riscos sanitários para a produção animal
Altas temperaturas, La Niña e maior proliferação de vírus e bactérias exigem protocolos rigorosos de biossegurança; confira
A próxima temporada de verão deve repetir e possivelmente ampliar o padrão de calor extremo registrado no último ano no Brasil. As temperaturas ficaram acima da média em grande parte do território nacional em 2024, e a previsão para a próxima estação indica novos episódios de calor intenso, formação de La Niña e maior variabilidade climática. Esses fatores favorecem a proliferação de vírus, bactérias e vetores de doenças que impactam diretamente a criação animal.
Esse cenário representa um desafio crítico para o agronegócio brasileiro, especialmente quando o país depende de sua competitividade sanitária para sustentar as exportações agropecuárias, que já alcançaram US$ 155 bilhões até novembro de 2025, segundo balanço da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil). A combinação de estresse térmico nos animais, aumento da carga microbiana em ambientes de produção e o maior risco de contaminação durante transporte e manejo exige uma transição rápida para modelos mais robustos, preventivos e tecnológicos de controle sanitário.
“Eventos climáticos extremos favorecem o avanço de patógenos. As altas temperaturas aceleram a multiplicação microbiana e pressionam todo o sistema produtivo”, afirma Vinicius Dias, CEO do Grupo Setta. “Depender apenas de higienização manual já não basta. A tecnologia se tornou prioridade para garantir padronização, rastreabilidade e resposta ágil a ameaças sanitárias.”
As soluções automatizadas de biossegurança já permitem monitorar criticamente etapas como limpeza de veículos, desinfecção de equipamentos, circulação de pessoas, controle de temperatura e fluxo de animais. Cada procedimento passa a gerar dados auditáveis, que facilitam a comprovação de conformidade para parceiros internacionais, especialmente diante das exigências de mercados como União Europeia, China e Oriente Médio.
Entre as inovações que aceleram e padronizam processos críticos está o TADD System (Thermo-assisted Drying and Decontamination), desenvolvido e patenteado pelo Grupo Setta. A tecnologia realiza descontaminação de alta eficiência em 48 minutos, por meio da utilização de ar aquecido, sem agentes químicos, reduzindo custos operacionais e impacto ambiental.
“O Brasil só manterá sua posição no comércio global se conseguir comprovar, com dados, que adota práticas preventivas e consistentes. O controle sanitário deixou de ser um custo operacional e se tornou uma garantia de continuidade do negócio”, destaca Dias. “Com verões mais quentes e instabilidade climática crescente, a prevenção precisa ser contínua, integrada e cada vez mais tecnológica”, conclui.
A combinação entre aquecimento global, eventos climáticos mais frequentes e pressão por padrões sanitários mais rígidos coloca a proteção sanitária no centro da estratégia de sustentabilidade, produtividade e competitividade do setor. Para a pecuária brasileira, além de enfrentar o verão, o desafio está em estruturar sistemas resilientes que garantam segurança ao longo de todo o ano.

