Confert debate desafios do país para aumentar produção de fertilizantes

Ministro Carlos Fávaro participou da primeira reunião do Conselho Nacional de Fertilizantes

Os desafios do Brasil para aumentar sua produção de fertilizantes e diminuir a dependência externa nessa área dominaram os debates na primeira reunião do novo Confert (Conselho Nacional de Fertilizantes), realizada na tarde desta quarta-feira (14) na sede do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), em Brasília.

A reunião foi presidida pelo vice-presidente e ministro do MDIC Geraldo Alckmin e teve a participação de outros dois ministros da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, e do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, além dos presidentes da Petrobras, Jean Paul Prates, da CNI, Robson Andrade, e representantes de demais ministérios e entidades que compõem o Conselho ou participam dele como convidados.

“O Confert é extremamente importante”, salientou Alckmin na abertura do encontro. “O Brasil é o maior produtor mundial de proteína animal e vegetal e é um grande desafio para gente fortalecer a indústria de fertilizantes”, disse.

Alckmin lembrou que a pandemia de Covid 19 incorporou ao mundo globalizado um novo elemento, que é o princípio da precaução em relação à dependência externa de determinados produtos. “Isso vale também para o agronegócio. O Brasil, sendo o grande celeiro do mundo, [é preciso saber] como é que a gente faz para, ao longo do tempo, ir ficando menos dependente, fortalecendo a indústria local de fertilizantes”.

Carlos Fávaro, ministro da Agricultura, também destacou a importância do país como fornecedor mundial de alimento e defendeu que a pauta dos fertilizantes seja uma prioridade nacional. “O Brasil tem grandes potenciais, grandes oportunidades e grandes entraves a serem superados”, disse. “Temos uma oferta abundante de alimentos, mas para que isso continue acontecendo, precisamos de segurança na oferta de insumos básicos para a agricultura. E os fertilizantes estão no topo da cadeia das necessidades dos produtores”.

Paulo Teixeira, do MDA, reafirmou a necessidade de o Brasil buscar soberania nessa área. “Temos de usar nossas potencialidades e construir boas relações entre os setores público e privado para garantir essa soberania”, pontuou.

A principal tarefa do novo Confert será revisar, debater e implementar o Plano Nacional de Fertilizantes (PNF) – cujo objetivo é justamente reduzir a dependência externa. Hoje, 85% dos fertilizantes usados nas plantações brasileiras são importados. A meta-síntese do PNF é que essa dependência caia pela metade até 2050.

Nesta primeira reunião, foi criado um Grupo do Trabalho com prazo de 90 dias para entregar a revisão do PNF, seguindo as diretrizes do decreto que reestruturou o conselho.

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, lembrou que há muitos anos o país não tem uma política de fertilizantes. “O objetivo é conseguir finalmente sair da inércia em que nos colocamos nos últimos tempos. A Petrobras tem o dever de olhar com muito cuidado para o setor”, disse Prates, lembrando que recentemente a empresa colocou a questão dos fertilizantes entre os temas que definem sua missão.

A fórmula NPK

A maior parte dos fertilizantes químicos são compostos produzidos a partir do Nitrogênio, do Fósforo e do Potássio, conhecidos pela sigla NPK. fósforo e potássio são encontrados em rochas e minerais, enquanto o Nitrogênio é produzido a partir de uma fonte de energia, sendo o gás natural a mais comum. A combinação desses elementos dá origem a nutrientes essenciais para o bom desenvolvimento da planta.

Os maiores produtores e exportadores da fórmula NPK são Rússia, China, Estados Unidos, Canadá, Marrocos e Bielorússia. O Brasil, pelo tamanho de sua agricultura, está entre os maiores consumidores.

Os debates da reunião do Confert destacaram a necessidade de o país aumentar sua oferta de gás natural para a produção de compostos nitrogenados e de pesquisar e explorar possíveis reservas de fósforo e potássio, com respeito a questões ambientais e sociais.

Outros temas

Na reunião desta quarta também foram debatidos temas como a criação de um centro de excelência de fertilizantes; o uso de pó de pedra em substituição ao potássio em alguns compostos; e a expansão do programa Caravana FertBrasil, da Embrapa, que leva tecnologia e conhecimento a produtores rurais.

Estas e outras questões devem ser debatidas nas Câmaras Técnicas do Confert, cujos integrantes também serão indicados a partir de agora.

As Câmaras Técnicas são seis: Produção de Fertilizantes Nitrogenados, Fosfáticos e Potássicos; Uso e Aplicação de Fertilizantes Nitrogenados, Fosfáticos e Potássicos; Assuntos Agrícolas; Cadeias Emergentes; Ciência, Tecnologia e Inovação e Sustentabilidade Ambiental; e Assuntos Regulatórios, Econômicos, de Infraestrutura e Logística.

*Com informações do MDIC

Ascom – Governo Federal

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