Comprar imóvel na planta ou pronto: Saiba qual é a melhor opção

Diretor de incorporadora tira dúvidas em relação a essa etapa na hora de comprar um imóvel

Em 2024, as vendas de novos imóveis subiram 11,8% e cerca de 186 mil unidades foram comercializadas, registrando o maior número da série histórica. No primeiro trimestre de 2025, o mercado imobiliário manteve alta de 15,7% com 102.485 unidades comercializadas em 221 cidades, de acordo com dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). Mas, na hora de comprar, muitas pessoas ficam em dúvida. Qual a melhor opção: comprar um imóvel pronto ou na planta? 

Marco Chompanidis, diretor da incorporadora Fator Realty, explica que cada um tem seus prós e contras. “Os imóveis na planta oferecem preços mais atrativos, de 20 a 30% a menos do que um pronto, e facilidades de pagamento com fluxo mais alongado. Já os imóveis prontos ou quase prontos são para aqueles que estão com mais pressa, têm necessidade imediata de ocupação”, destaca Chompanidis.  

Prós e contras de comprar imóveis na planta

Segundo Marco, a maior vantagem de comprar um imóvel na planta é que o comprador pode fazer um planejamento financeiro mais adequado. “Dessa forma, ele pode tratar do financiamento do saldo devedor com mais tempo e tranquilidade. Com uma programação de entrega futura, a família também consegue planejar em relação à mudança de local, ver escola e atividades das crianças e pode também contratar itens de decoração, como móveis planejados, além de revestimentos da nova casa, com armários e decoração do jeito que mais gosta. Até mesmo as plantas, hoje em dia, muitas vezes são flexíveis e personalizáveis para cada cliente”, ressalta.

Além disso, Chompanidis cita a potencial valorização desses imóveis. “Existem locais que durante ou depois da finalização da obra podem ter seu metro quadrado valorizado em até 30%. A compra de um imóvel na planta pode ser um bom investimento financeiro”, afirma.

E como lidar com atrasos nas obras?  A Lei 13.786 de 2018 permitiu ao incorporador usar um prazo adicional de 180 dias ao prazo contratado. “Muitas vezes, em razão da complexidade das atividades desenvolvidas nas obras e aspectos climáticos, o andamento normal dos serviços pode ficar prejudicado, então essa extensão pode ocorrer sem penalidades ao incorporador”, explica.

Se o imóvel não for entregue nesses seis meses, Marco afirma que normalmente uma multa compensatória expressa é aplicada em percentual aplicado ao valor pago pelo cliente, até a data de entrega do imóvel. Se após esse prazo, o imóvel não for entregue, o comprador pode optar por fazer o distrato, recebendo a integralidade dos valores pagos corrigidos, acrescidos de multa contratual, com exceção às comissões de venda pagas diretamente às imobiliárias. 

Outra questão que pode surgir é caso haja cancelamento de um empreendimento. Mas Chompanidis assegura que são raros os casos em que isso ocorre. De acordo com ele, todos os cuidados, econômicos, mercadológicos são previamente analisados e tratados.

“A incorporação imobiliária é geralmente cancelada quando o incorporador decide desistir do empreendimento, quando constata uma inviabilidade econômica ou uma baixa comercialização, e essa condição deve estar prevista no Memorial de Incorporação, que dá o amparo legal. No entanto, o cancelamento não é automático e exige que o incorporador siga um processo formal, inclusive de notificação aos adquirentes e devolução dos valores pagos”, esclarece. 

Prós e contras de comprar imóveis prontos

A principal vantagem que o diretor da Fator aponta é a disponibilidade imediata para mudança. Além disso, existe a possibilidade de visitar o imóvel e assim, diminuir os riscos em relação à entrega. 

Porém, o custo desse imóvel é mais caro. “Quem deseja comprar um imóvel pronto deve estar financeiramente preparado para pagar grande parte do imóvel à vista, pois normalmente não se parcela a parte que fica fora do financiamento bancário”, afirma Chompanidis. Ele ainda diz que pode haver grandes custos com obra, principalmente se o imóvel for muito antigo. 

E qual a melhor opção: comprar imóvel na planta ou pronto?

Segundo Marco, não há uma opção correta, o comprador deve colocar na balança suas necessidades e possibilidades. “O comprador precisa entender seu momento de vida para poder saber qual a opção que mais o atende. Se, por algum motivo, ele quiser se mudar logo e tiver uma boa reserva financeira ou até mesmo o valor completo do imóvel, o ideal é comprar um já pronto. Mas, se não precisar dessa agilidade, o melhor é se planejar e comprar um imóvel na planta, que muitas vezes pode chegar a ser 30% mais barato que a outra opção.”